NÃO PIRA!
sexta-feira, 1 de outubro de 2021
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019
Um ensaio em preto e branco
Quando se pensa em defender causas ou até ser a favor, isso não quer dizer que você necessariamente seja o atingindo da história, só quer dizer que você se importa.
Quando você repudia misoginia, xenofobia, racismo, você está combatendo essas formas de comportamento, mas você pode sem perceber ainda resoar esse comportamento, não é fácil se livrar desses ecos porque vivemos diariamente em ambientes que constantemente nos intoxica com esses comentários que naquela hora parece normalizado, mas que depois quando lembramos de nossos comentários sentimos o quanto foi infeliz. Afinal, como viver finalizando nossos comportamentos retrógrados?
Em desenhos quando somos pequenos, alguns deles transmitem um poço de preconceito e misoginia, talvez você não tenha visto, mas muitas crianças em uma época não muito distante se lembram do desenho do homens das cavernas, que pegavam suas esposas pelos cabelos a levando para casa, no desenho pica-pau, a muitos comentários horríveis também, mas se levarmos em conta que são apenas crianças assistindo, elas não entenderiam especificamente o que aquilo que dizer.
O problema de muitos adultos, no fim das contas e não tratar as crianças como um ser humano, que mesmo em desenvolvimento tem a capacidade cognitiva de processar muitas coisas. Mas vamos ao principal assunto. De onde vem todos os preconceitos, toda a vontade de exterminar o diferente?
Talvez você já tenha lido Admirável Mundo Novo, se não deveria dar uma chance, o principal motivo de que esse livro seja tão cultuado seja pelo fato de absolver nitidamente de como uma sociedade funciona no final das contas.
Por mais que tenhamos exemplos proféticos como o apedrejamento de Maria Madalena, Admirável Mundo Novo trás uma história sobre um jovem rapaz que se acha diferente dos demais de seu convívio pelo fato de haver "um erro" em sua criação, ele é motivo de chacota para os demais viventes daquela sociedade, so para no final descobrirmos que o que corrompe o homem não é um problema de criação, ou até de princípios, mas sim nosso desejo de ser aceito por nosso grupo de vivência, seja qual for ele.
Muitos seres humanos farão de tudo para conseguir um espaço em grupos de seu interesse e devido a isso, precisa ignorar muitas coisas como simples como respeito.
Seria fácil alguém mostrar a solução para que tudo que fosse estranho a você, antes de repúdio você conseguisse entender, mas na prática isso nunca iria acontecer. Na prática ou aquele diferente vira uma espécie de atração de circo ou no pior dos casos são mortos, não precisa explicar o que foi o holocausto, ou atos horríveis como o genocídio Armênico que até hoje não se é dado a devida atenção. No fim das contas, tudo que até hoje vivemos se resume a uma frase muito popular dita na época da Revolução Francesa. "Olhe homem nasce bom, a sociedade o corrompe" Rousseau.
domingo, 20 de agosto de 2017
DESAFIO DAS 52 SEMANAS
1 – Colorido – Mother
domingo, 22 de janeiro de 2017
RESENHA: A MULHER DESILUDIDA,SIMONE DE BEAUVOIR
A protagonista se vê entre o passado e o presente, se vê nessa derrota consigo mesma por não ter feito com que seu filho fosse tão fácil de aceitar as coisas, vendo que a esposa do rapaz era muito influente no governo que liderava naquela época fez com que o esposo ganhasse um bom cargo como ministro, mas o pai e a mãe do rapaz eram liberalistas e em ênfase à mãe guardou muito rancor pelo filho ter aceitado a proposta.
Vendo que o marido aceitava a neutralidade ao invés de também comprar briga com o filho ela acaba também criando rancor dele e a vida a dois acaba os deixando ainda mais afastados.
A história desse conto é simples, mas Simone evoca uma personagem ranzinza, moralista, dura e ao mesmo tempo por mais que ela são seja uma boa protagonista você consegue se conectar com o descontentamento dela com o filho.
Monólogo é o tipo de conto que lhe causa desconforto pelo não falado, pelos pensamentos da protagonista rápidos como flashs de câmera, mas que captura toda sua essência toda sua indignação com o que passa ao seu redor.
Perpassam nesse conto persuasão, mentira, sentimentos contraditórios, mentiras que a família põe debaixo do tapete, arrependimento, suicídio, solidão, divórcio, o papel da mulher como principal interessada na educação do filho.
A personagem se sente tão sufocada que não há uma palavra dita, só pensamentos aleatorios, pensamentos que ninguém pode saber se não é capaz de ser internada. Ela não é uma outra personagem amável, sincera além da conta e isso não é uma qualidade, não em sociedade isso é um defeito, e qualquer pessoa que passa em seus pensamentos em sua vida a abandonou por causa disso.
Então ela termina sozinha, arrependida por negligênciar a filha, por não ter sido mais amiga dela, liga pra o marido pedindo a guarda do filho mais novo e claro o ex não a sede, dificilmente as mulheres ficam com a guarda de seus filhos.
Ela termina ali em noite de ano novo bebendo sozinha em casa escutando os fogos da festa.
E A mulher desiludida. O que falar quando seu marido diz a você que está tendo um caso? Monique não viu nada demais nisso, pois sabia que não passaria de aventura e tudo terminaria rápido.
Murielle nunca havia a traído até onde ela sabia, e já fazia 22 anos desde que se conheceram, desde que havia ficado grávida de sua primeira filha e haviam se casado.
As lembranças do passado sempre foram boas, cheias de amor, os dois haviam se conhecido na faculdade, mas como Munique ficou grávida seu marido prosseguiu sozinho, Munique o ajudava em suas pesquisas, ficavam muito felizes quando faziam descobertas juntos, mas com o passar dos anos Munique foi perdendo o interesse no trabalho do marido e se dedicou a educação das filhas e os interesses do casal começou a ficar cada vez menores.
Quando Murielle chegou com a história do caso eram três da manhã, estava bêbado, bateu a porta com força e então lhe contou a verdade, mas só dias depois Munique percebeu que ele nunca batia a porta, nunca falava com ela em um estado deplorável de bebedeira, então se deu conta que ele já havia muito tempo tinha esse caso e percebeu que seu marido a iludia só não sabia quando é o porque. Se deu conta que ele sabia que ela entenderia e como não ligava para casos aleatórios não ligou para a nova aventura do marido, mal sabia ela que a outra mulher seria algo mais, algo novo diferente.
terça-feira, 17 de janeiro de 2017
RESENHA: GUERRA E PAZ, LIEV TOLSTÓI
Eu amo tudo o que ele aborda e em todos os livros que li dele sempre é capítulos e mais capítulos sobre a morte, bom Guerra e Paz vai falar muito sobre isso, sobre o que tem depois daquela porta e o personagem Andrei é o personagem que mais enfrenta isso, a morte.
Bom tem muitos outros temas em guerra e paz, tem linhas e mais linhas sobre o exército, sobre a guerra travada entre Napoleão e tsar Alaxandre da grande mãe Rússia, vemos sim um Tolstói pendendo para sua terra, mas a gente releva isso porque se estivéssemos no lugar dele tambem pendiamos muito para o nosso imperador, mas não é isso que nos fazem pensar o quanto os russos admiravam seus governantes, eram como Santos, como uma divindade do Olimpo e era tão bonito, porém claro tinha uma grande alienação enquanto a isso, mas isso é outro assunto.
Temos Pierre em dúvida com sua religião, como que é achar Deus, o que seria Deus? Onde ele se encontrava nesse mundo? Em uma religião, na eterna certeza de nossos pensamentos e atos? Onde ele estaria? Como achar um sentido para as respostas que nunca conseguiremos responder. Então Pierre o achou e junto a sua esposa conseguiu achar o que era Deus, a serenidade da vida, a tristeza por memórias ruins, mas a alegria por ter uma família que o amava e o respeitava.
Tinham também Mária e Nikolai, uma cheia de virtude, quase considerada uma beata, enquanto o outro um ogro que aprendera na guerra a ser selvagem, a gostar de animais e agressividade e ao olhar Mária, ao sentir o quanto internamente ela era justa apaixonou mesmo que para a sociedade fosse incrivelmente feia.
Sem falar nos personagens de fundos, Kutuzov e sua grande serventia ao exército Russo, a Napoleão e sua sina de ser o centro de um fato histórico que não pode ser apagado apenas ser aumentado, especulado.
É, esse livro da muita coisa pra escrever sobre ele, esse livro foi uma das maiores experiências literárias que já tive e é tão incrível tão simples de ser lido, tão fácil temer por Natacha. Tão triste ler sobre os homens franceses que morreram congelado pelo inverno russo.
Essa história fala em sua maioria de homens simples, mas que dentro de sim guardam tanta coisa, porque sabemos que cada um de nós tem um universo tão grande dentro de si. Não é um livro só sobre guerra, é um livro sobre a guerra e a paz de nós mesmos e só porque é uma obra ficcional não quer dizer que seja menos verdadeira.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
A PALAVRA "FAMILIAR" NOS LIVROS
Se tem uma palavra que sempre é decorrente nos textos de livros e principalmente quando o narrador está em primeira pessoa, essa palavra é "familiar".
Muitos autores cometem o erro de se utilizar dela enquanto a história está apenas começando.
Primeiro: o que é familiar pra qualquer protagonista, animal, paisagem e etc; não é ainda pra o leitor.
Deixem que nós leitores descubramos o porque aquilo é familiar, barulho, lugar, sentimento se estamos apenas começando a leitura como podemos saber que é "familiar"? Não sabemos, justamente porque o autor comete o erro de nos informar que aquilo é "familiar".
O leitor leva algum tempo pra se habituar a trama e falar que tal coisa é "familiar" é um tremendo erro.
Sei que vale ressaltar o contexto, mas estou escrevendo esse texto porque estava lendo um livro de ficção científica e no segundo capítulo vejo a palavra "familiar", como coisas do futuro pode para mim ser familiar? Não são, mesmo que para o protagonista seja, não é para mim, custava adaptar a palavra ou esperar para introduzi-la no texto?
Pequenas palavras mudam tanta coisa, será que é difícil para o autor enxergar isso? Para o editor, tradutor enxergar isso?
Deixe usar a palavra "familiar" quando você mesmo autor sentir que aquela história é "familiar" para você. Quando entender os protagonistas, paisagens e sentimentos de cada um, aí então poderá usar a palavra "familiar", aí então o leitor vai sentir que aquilo que narra é algo que ela previa em pensamentos, algo que ela entendia já pelo contexto e que agora ela sabia que era algo "familiar".
quinta-feira, 4 de agosto de 2016
RESENHA: Pais e Filhos, Ivan Turguêniev
Arkádi acabou de se formar na faculdade e com isso está voltando para casa, mas ele não está voltando sozinho, em sua companhia Bazárov um médico niilista cheio de ideias que fez chocar a sociedade aristocrática daquele tempo. Nikolai pai de Arkádi e Pável seu tio no começo ficam deslumbrados com o amigo do rapaz, mas aos poucos as opiniões de Bazárov vão ficando cada vez mais difíceis de aceitar, travando com Pável principalmente debates de tirar o folego. Pável não consegue acreditar que um ser pode dizer que não a beleza na vida, que isso não passa de balela da parte desses que se dizem niilistas! Fica imaginando que as gerações só estão cada vez mais se afundando, cheia de ideias absurdas! Nikolai não é tão radical quanto o irmão, acha que realmente a nova geração vem para mudar já que muitos dos velhos aristocratas parecem ter parado no tempo e assim não mais conseguem entender o ponto de vista daqueles rapazes e moças independentes da nova geração que começava a mudar as coisas. Arkádi é um personagem neutro, não assumi ser totalmente niilista, nem ser contra o ponto de vista dos familiares, mas acredita que os novos filhos dos aristocratas veio para trazer um pensamento mais moderno. Bazárov vê seus ideais em divergência quando encontra uma senhora que como ele também não acredita nem no amor, nem no lirismo que as pessoas tentam enfeitar suas vidas. E daí acontece uma sucessão de coisas a ele e a Arkádi que cada vez fica mais afastado dele. Cada personagem dessa história é bem construído, os dialogos então nem se conta e as descrições do autor apesar de ser contada em poucos linhas ou parágrafos nos imerge no lugar rapidamente! Por ser um livro pequeno você acha que ele não terá profundidade, mas não é a toa que esse livrinho é tão importante ate hoje, não é mesmo? Turguêniev tem uma escrita simples, mas lírica e bem colocada, a tradução está impecável e no final contamos com a transcrição de uma palestra dele sobre Hamlet e Dom Quixote que você fica vidrado ao ver o que ele achava desses dois personagens tão importantes para a literatura mundial. Sem contar com o ensaio de Hanry James feito postumamente para uma revista, que é assim, de morrer de vontade de voltar no tempo e conhecer Turguêniev para tirar umas dúvidas de escrita e ter um dedo de prosa com ele sobre a vida, o universo e tudo mais, porque o homem era gente boa. Não quero me estender muito, mas gostei muito desse livro e principalmente dos debates travados entre os personagens, sem falar que esse livro foi um causador de muitos problemas naquela época, então assim, já considero bem no fundinho do coração, porque adoro livros que tem uma carga desse nível na sociedade. Lerei mais coisas desse senhor, quem sabe fazer minha coleção dele? Com certeza.
“ – Mas, pai, o lugar em que um homem nasceu não tem a menor importância.
– No entanto...
– Não, não tem importância, absolutamente nenhuma.”
“Não”, penso Arkádi, “esta não é uma região rica, não impressiona nem pela fartura, nem pela dedicação ao trabalho; não é possível, não é possível que continue assim, reformas são imprescindíveis... mas com executá-las, como dar o primeiro passo?”
“– Educação? – repetiu Bazárov. – Todo homem deve educar-se a si mesmo... como eu, por exemplo... E, quanto à época, porque eu deveria depender dela? É melhor que a época dependa de mim. Não, meu caro, tudo isso é leviandade, frivolidade! E o que são essas misteriosas relações entre homem e mulher? Nós, fisiologistas, sabemos que relações são essas. Estude a fundo a anatomia do olho: de onde vem esse olhar enigmático, como você o chamou? Tudo isso é puro romantismo, fantasia, podridão, belas-artes. É muito melhor irmos examinar o besouro.”